Felipe sai de Guaianases para se superar rumo ao bronze no Mundial
terça-feira, 26 de julho de 2011De Guaianases, bairro da capital de São Paulo com renda média de R$ 580 e índice (alto) de homicídios superior a 85 por 100 mil habitantes, para o mundo. A trajetória de Felipe Vinicius dos Santos, 16 anos, incluiu a medalha de bronze no Mundial Juvenil de Atletismo no caminho do atleta.
O jovem, criado pela mãe, com três irmãos, estuda no 1º ano do ensino médio. Em Lille, sede do Mundial Juvenil, ele disputou a primeira competição internacional na primeira vez em que viajou para fora do Brasil. Alcançou o bronze no octatlo, com 5.966 pontos, seu melhor resultado. Na prova, que reúne oito modalidades combinadas em dois dias, ele chegou à última etapa em sétimo lugar.
– A última foi a corrida dos 1.000m. Na prova anterior, o dardo, estava me sentindo meio mal, mas ali botei o coração na ponta do tênis e corri – disse Felipe ao SporTV.com, pelo telefone.
Saiu para o pódio, apenas dois anos depois de chegar ao clube e encarar competições fora das aulas de educação física do colégio.
– Comecei a competir na escola, aos 13 anos, em diversas modalidades: 100m, peso, distância. Um professor me encaminhou ao Ibirapuera, mas não fui. Depois, me levou a uma peneira no Centro Olímpico. Já tinha 14 anos. Só não fazia as provas de fundo e, ali, passei a correr os 400m, os 800m, e os 1.000m. Então, fui para o combinado (octatlo) – contou Felipe.
O paulistano treina todos os dias num período de até quatro horas.
– De repente, as coisas foram acontecendo. Eu me destacava mais que os outros nos treinos.
No próximo dia 30, ele completa 17 anos. A festa começou a ser realizada no hotel em Lille. Pelo telefone, conversou com a mãe. E, no jantar com o restante da delegação brasileira, recebeu um brinde.
– Penso passo a passo, no próximo ano, no Mundial (Júnior), depois no Sul-Americano de 2013, que será o último na minha categoria. Deixo as Olimpíadas de 2016, no Rio, mais para a frente, mas é claro que pretendo estar lá.
O Mundial Juvenil, em que Felipe foi bronze, é para atletas de 16 e 17 anos. O Júnior, para competidores com 18 e 19 anos. Na transição para o adulto, Felipe disse que pretende seguir no decatlo, a sucessão natural do octatlo disputado pelos jovens da base.
– Tenho muito apoio do meu técnico, Felipe Siqueira, é um grande amigo meu. Quando acabou minha prova, chorei. Só pensei que tinha terminado aquelas oito provas e queria encontrar meu técnico para dar um abraço. Sabia que podia ter um bom resultado, mas fui passo a passo.
O SporTV2 transmite o Mundial Juvenil de Atletismo nesta sexta-feira, a partir das 10h25m (de Brasília), com narração de Clayton Carvalho e comentários de Lauter Nogueira.
Fonte: G1